sexta-feira, 6 de maio de 2011

maio de 2011

Não sei se escrevo para alguém, ou se escrevo apenas porque preciso respirar. Tem uns dias que nem mesmo acordo. Sigo na ausência da vida. Lavo meu rosto, escovo meus dentes, sinto água correr na garganta, mas não espero nada. Não sei mais acreditar nas coisas, nem mesmo acredito no que vejo em minha frente. Meus olhos são de mentira, minha boca mente a toda hora que fala um pouco mais, são besteiras calvas. Disseram outro dia que meu rosto parece tão bonito, meus olhos tão claros e brilhantes. Pediram um retrato, um álbum de fotos (qualquer coisa assim). Eu tive de negar, evitar aquele constrangimento, quando me vejo em frente ao espelho e tiro fotos minhas, a fotografia parece escorrida. Ela registra verdade. A vida que me faz mentir uma beleza que nunca existiu. Sou triste por natureza. Sou fraco para este mundo, sou muito fraco. Não sei como consigo ser tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo. Sei que vivo na inconstância de existir, sou um céu-inferno. Sou infeliz. Sei que, porque nao existo no tempo, sou matéria morta. Sei dizer apenas algumas palavras de mim, nada mais que meia dúzia de tristezas frágeis. Nada mais do que pequenas palavras sem menor sentido para a vida.

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