Para algumas vezes, alguma coisa, algumas palavras:
Um beco
Uma porta
Um lugar, dentro da sombra
sexta-feira, 5 de agosto de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
maio de 2011
Não sei se escrevo para alguém, ou se escrevo apenas porque preciso respirar. Tem uns dias que nem mesmo acordo. Sigo na ausência da vida. Lavo meu rosto, escovo meus dentes, sinto água correr na garganta, mas não espero nada. Não sei mais acreditar nas coisas, nem mesmo acredito no que vejo em minha frente. Meus olhos são de mentira, minha boca mente a toda hora que fala um pouco mais, são besteiras calvas. Disseram outro dia que meu rosto parece tão bonito, meus olhos tão claros e brilhantes. Pediram um retrato, um álbum de fotos (qualquer coisa assim). Eu tive de negar, evitar aquele constrangimento, quando me vejo em frente ao espelho e tiro fotos minhas, a fotografia parece escorrida. Ela registra verdade. A vida que me faz mentir uma beleza que nunca existiu. Sou triste por natureza. Sou fraco para este mundo, sou muito fraco. Não sei como consigo ser tão grande e tão pequeno ao mesmo tempo. Sei que vivo na inconstância de existir, sou um céu-inferno. Sou infeliz. Sei que, porque nao existo no tempo, sou matéria morta. Sei dizer apenas algumas palavras de mim, nada mais que meia dúzia de tristezas frágeis. Nada mais do que pequenas palavras sem menor sentido para a vida.
domingo, 27 de março de 2011
quarta-feira, 26 de maio de 2010
sábado, 15 de maio de 2010
Catetano Veloso - Você Não Me Ensinou a Te Esquecer
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.Deixar o que não mais importa, por mais que doa. Curar aquele ódio cru. Não precisamos mais dele, entenda. Aprenda a entender. O tempo se vai assim. Ele não pensa. Ele passa:
- Passo a passo.
domingo, 9 de maio de 2010
O corvo
Este texto é uma resposta para aquele que um dia seria meu padrinho. Mas por escolhas do destino ele partiu sem que eu pedisse sua benção antes. Mas ele me foi, antes de ir embora.
Paulo César de Oliveira: Poeta, morreu aos 30 anos, de pneumonia agravada pela AIDS, em 1994.
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De Paulo para Gabriel
De Gabriel,através de Paulo, para Paulo.
Paulo César de Oliveira.
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Corvo coroado
Isto que me prende, esmaga.
Eu estava velho(a) feio(a), seca(o). Como em vida sempre fui.
Pra que?
Lhe escrevo sempre, todas as noites.
No espelho em minha frente, já podre, meu corpo, meu rosto.
Sem nada, sou patético, sou um poeta preso.
Não me sirvo, não sirvo pro mundo
Apenas carrego no meu colo um querubim
Leve, lindo, que sorri sempre.
Pra mim o único que sorriu.
Pra dentro em mim, ele me vê.
Talvez assim, perco todas as palavras em choro.
Sozinho, sempre. Em meus gêneros e nomes.
Mas sinto que não vou mais sofrer,
Soy como las “rosas fuertes”.
Talvez em menos dias, vou chorar e padecer, dócil.
É essa tosse aidética que me resta apenas.
Meu coração já foi, já está ao lado dele, meu querubim, meu novo corpo, meu novo hálito. Meu novo corvo coroado.
Agora me deixo ser dele.
Estômago contorcido, espelho d’água-preta, do sangue que me escorre os olhos.
Assisto pelo espelho meu adormecer viril.
Só peço-lhe que me veja, que me aceite, que não me negue em si.
- com os olhos de corvo que lhe dou -
Sou querubim, naquele mesmo que carrego.
Sou o transporte, as asas do corvo.
“Pardon me”, ave indomável.
sábado, 1 de maio de 2010
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